Entre as peças que assisti esse ano no Festival de Teatro, creio que a que mais me marcou como artista foi "Grãos da Imagem: Vaga Carne", que veio de Belo Horizonte e foi montada no Paiol. A sinopse dela era a seguinte:
Uma voz errante, capaz de invadir qualquer matéria sólida, líquida ou gasosa, resolve invadir um corpo de mulher e, a partir dessa experiência, traça uma jornada de auto reconhecimento narrando o que sente, o que finge sentir, o que é insondável em si, o que sua imagem é para o outro que vê, o que significa seu corpo enquanto construção social.
Além da peça discutir a voz e o corpo, o uso destes em cena foi bem criativo e bem dinâmico. Embora a peça fosse um monólogo e pouquíssimos recursos foram utilizados - uma percussão em um momento, elementos e cenografia mínimos, iluminação concisa e figurino básico - a atriz conseguia prender a plateia durante o espetáculo inteiro apenas utilizando seu corpo e voz.
Isso demonstra como realmente não sei precisa de muita coisa - inventar muita moda pra chegar em um resultado interessante e cativante. Isso vale também pras provas da universidade. :)