Adoro os solos. Fiquei felicíssima em ter a oportunidade de assistir aos solos este ano novamente. Espero que possamos ir de novo ano que vem e o próximo. =) Sempre aprendo muito com a experiência:
- Gosto de ver o quão tênue é a linha que separa a dança do teatro. Todas as coreografias que assistimos podem ser analisadas sob os mesmos parâmetros que utilizamos em sala para descrever movimento do ator. E não só isso! Podemos ver até a utilização da voz, como na apresentação da Hemabharathy Palani da Índia. =)
- Percebi também o que o professor diz com: o texto, a fala ou qualquer outro adereço não pode "tirar" do movimento, mas tem que se agregar a ele. Creio que o uso da voz, em Trikonanga faz exatamente isso.
- O solo da indiana, com certeza entre meus favoritos, me marcou pois pegou um conceito clássico indiano e o transformou - incorporando-o com a dança conteporânea e o ballet. Achei que o resultado final foi surpreendente e comovente. Creio que a intérprete conseguiu empregar os três dispositivos da Navarasa com êxito: expressão física, expressão oral e expressão oral interior.
- Como tudo volta a Meyerhold (hehehe) achei o paradoxo entre os movimentos iniciais da dançarina - leves, sustentados e suas poses poderosas - extremamente contraditórios com os finais - quando ela se lavava com a água que cuspia. Isso me marcou muito.
- Acho que a outra que eu mais gostei foi "Inside out" da Anna Réti. No programa, é dito que "Existe alguma humanidade dolorosa nele". Achei muito bem posicionada esta opinião. Os movimentos dela são vigorosos e frenéticos, que eu associei ao estado em que encontramos nosso mundo hoje: estressado, louco e confuso por causa do rítimo acelerado e implácavel no qual vivemos.
- Os movimentos iniciais e repetitivos de Anna foram um dos meus momentos preferidos. Eles me levaram a pensar (com o auxílio da sonoplastia) em um ratinho de rua ou nos trilhos de um trêm. Mais precisamente de um vídeo que vi há alguns anos... não consequi achar ele na internet mais... =(
- Outra coisa que percebi era o número de vezes que ela caía no chão. É preciso muuuuita técnica e treino para conseguir fazer isso e não se machucar. Eu - doida - fui tentar fazer algo parecido na aula de voz e acabei machucando meu punho - obviously... Mas já está melhor e eu já aprendi minha lição. =)
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